terça-feira, 8 de novembro de 2011

Solidão


Fala sobre um garoto de 14 anos e que é gênio da matematica. Mas tem problemas de socialização, devido a uma síndrome. Essas coisas acontecem todo dia (não a sindrome), várias crianças e adolescentes com alguma dificuldade de encontrar amigos, mas uma frase desse menino me deixou especialmente abalada:

'A maioria das pessoas da minha idade me despreza. É assim há anos. Estou acostumado a ser ignorado.'

Como deve ser a forma desse menino de ver o mundo? Fiquei imaginando ele sentado sozinho e vendo os outros meninos brincarem sem ele. Imaginei as meninas cochichando e se esquivando dele. Fiquei imaginando ele chegando e saindo sozinho da escola. Imagina aí a hora do recreio...

Realmente não ter amigos é muito dificil. Eu me lembro da minha mãe dizer que uma vez ela chegou na minha escola na hora do recreio e eu estava sozinha, encostada num canto. Eu me lembro de ser um pouco sozinha, mas não me lembro de sofrer por isso. Sofro um pouco hoje, pq penso que eu era criança e não devia perceber a gravidade de ficar sozinha, longe das outras meninas. Também, eu não pertencia ao mundo delas.

Como adultos, é nosso dever ensinar as crianças a não fazer a maldita acepção de pessoas. É nossa obrigação ensinar aos nossos filhos, sobrinhos, afilhados e afins que todos são amigos. Devem ser amigos de todos, devem tratar a todos com educação, todos devem participar dos jogos e brincadeiras. Principalmente aqueles sem algum talento aparente.

Acredito que assim estaremos formando adultos mais conscientes do próximo, do valor que cada pessoa tem. As crianças de hoje precisam entender a importância das diferenças. Quem é nerd ensina àquele que não é muito inteligente. Talvez esse seja fera no futebol, e pode ajudar o nerd a melhorar sua corrida... não sei. A diferença serve pra completar o que falta. O importante é que entendam que ninguém pode ser excluído de nada, seja por qual motivo for.
Pelo menos o Cameron, o menino da reportagem parece ser bem pé no chão e entende que a síndrome que ele tem não o ajuda muito. E ele encontrou outros meninos como ele. Ao final da leitura vi que ele está feliz, estudando e curtindo uma nova amizade. 'É incrível ter um amigo novo porque ele é divertido... e ele também gosta dos mesmos jogos de computador que eu.', foram as palavras dele. Eu fiquei com os  olhos cheios d'água quando cheguei nessa parte, pq nada é tão precioso quanto o sorriso de alguém nessa situação. Sabe o valor que esse amigo tem pra ele? Acho que nem ele sabe dizer...

Espero que existam muitos Camerons  por aí. Mas o Cameron gênio e feliz, não o Cameron sozinho e ignorado...

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